Cirrose e câncer de fígado são duas doenças diferentes, mas ambas comprometem o funcionamento desse órgão tão importante. A relação entre as duas condições se dá porque a cirrose favorece a manifestação do câncer hepático.
O fígado tem a incrível capacidade de se regenerar quando sofre lesões. Essa característica é muito vantajosa porque favorece tratamentos como ressecções cirúrgicas de tumores. Contudo, existem situações em que esse processo de regeneração quando alterado por doenças crônicas como hepatites virais, alcoólicas, auto-imunes, doença gordurosa do fígado (esteatose), na verdade, pode prejudicar o órgão e levar à formação de fibrose cicatricial, levando a cirrose.
Apesar de esse ser um problema bem conhecido pela medicina, ele ainda desperta dúvidas nas pessoas, inclusive quanto a sua relação com o câncer de fígado. Então, preparamos este conteúdo para trazer algumas informações importantes que vão ajudar a esclarecer diversos aspectos.
Continue lendo para entender melhor o que é a cirrose e a diferença que ela tem para o câncer de fígado.
A cirrose é uma condição que afeta o fígado quando ele sofre lesões de forma constante. Como explicamos na introdução, esse órgão tem a capacidade de se regenerar, porém, dependendo da lesão sofrida, existe uma variação no tipo de célula que compõe o tecido hepático.
Quando o fígado sofre agressões e lesões constantes, ele passa por um processo de cicatrização formando um tecido fibroso. Esse tecido é composto por células diferentes das células hepáticas funcionais.
Isso significa que o tecido que compõem a cirrose não é capaz de exercer as funções naturais do fígado. Como consequência, com o passar do tempo e a formação constante de tecido fibrosado, o fígado começa a perder a sua capacidade de funcionar e de circulação do sangue.
A cirrose e o câncer de fígado são duas condições diferentes, embora tenham uma relação direta. Conforme você viu, a cirrose decorre do processo de cicatrização das lesões hepáticas, mas é um problema que afeta somente o fígado e não tem o potencial de se espalhar pelo organismo.
O câncer de fígado é uma doença maligna, ou seja, ele tem um alto potencial de risco para a saúde e a vida da pessoa, já que pode se espalhar para outros órgãos. Em algumas situações, isso acontece muito rápido e de uma forma agressiva.
Outra diferença é que a cirrose se desenvolve de forma lenta com o passar dos anos e somente em função das lesões hepáticas. O câncer, por sua vez, pode se manifestar e evoluir muito rápido.
A cirrose por si só é um problema que gera muita preocupação por causa do seu potencial de levar à insuficiência hepática. Mas, como explicamos, isso ocorre de forma lenta e gradativa, em especial quando não é tomada nenhuma atitude para desacelerar a formação do tecido fibrosado.
Além da possibilidade de comprometer o funcionamento do fígado, a cirrose ainda favorece a formação do câncer hepático. Isso acontece por causa das alterações celulares que a cirrose provoca.
Sendo assim, quem tem essa condição clínica apresenta um risco maior de desenvolver o câncer de fígado. Inclusive, a maioria das pessoas que desenvolvem essa doença maligna já apresenta evidências de cirrose.
Ainda não existe um tratamento que permita reverter os quadros de cirrose. Não é possível fazer com que o tecido fibrosado volte a ser um tecido saudável para funcionar normalmente como antes. Embora a cirrose não possa ser curada, existem meios de controlar o problema e evitar que novas cicatrizes sejam formadas no fígado, preservando a sua capacidade funcional restante.
Para isso é preciso investigar aquilo que está provocando a cirrose e eliminar esse fator. Ela pode ser provocada, por exemplo, por:
Assim, a mudança de hábitos e o tratamento adequado das doenças de base contribuem para o controle desse problema. Dependendo das condições do paciente, existe, desde que ele preencha os critérios exigidos, a possibilidade de fazer um transplante de fígado para que ele tenha um órgão saudável e livre de cicatrizes.
A cirrose e o câncer de fígado não são a mesma coisa, embora tenham uma relação direta. Embora a cirrose não seja uma doença maligna, ela causa muitos prejuízos para o fígado. Portanto, também precisa ser prevenida, inclusive para evitar o câncer.