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Cirrose é a mesma coisa que Câncer de Fígado?

Sumário

Cirrose e câncer de fígado são duas doenças diferentes, mas ambas comprometem o funcionamento desse órgão tão importante. A relação entre as duas condições se dá porque a cirrose favorece a manifestação do câncer hepático.

O fígado tem a incrível capacidade de se regenerar quando sofre lesões. Essa característica é muito vantajosa porque favorece tratamentos como ressecções cirúrgicas de tumores. Contudo, existem situações em que esse processo de regeneração quando alterado por doenças crônicas como hepatites virais, alcoólicas, auto-imunes, doença gordurosa do fígado (esteatose), na verdade, pode prejudicar o órgão e levar à formação de fibrose cicatricial, levando a  cirrose.

Apesar de esse ser um problema bem conhecido pela medicina, ele ainda desperta dúvidas nas pessoas, inclusive quanto a sua relação com o câncer de fígado. Então, preparamos este conteúdo para trazer algumas informações importantes que vão ajudar a esclarecer diversos aspectos.

Continue lendo para entender melhor o que é a cirrose e a diferença que ela tem para o câncer de fígado.

O que é a cirrose?

A cirrose é uma condição que afeta o fígado quando ele sofre lesões de forma constante. Como explicamos na introdução, esse órgão tem a capacidade de se regenerar, porém, dependendo da lesão sofrida, existe uma variação no tipo de célula que compõe o tecido hepático.

Quando o fígado sofre agressões e lesões constantes, ele passa por um processo de cicatrização formando um tecido fibroso. Esse tecido é composto por células diferentes das células hepáticas funcionais.

Isso significa que o tecido que compõem a cirrose não é capaz de exercer as funções naturais do fígado. Como consequência, com o passar do tempo e a formação constante de tecido fibrosado, o fígado começa a perder a sua capacidade de funcionar e de circulação do sangue.

Qual a diferença entre cirrose e câncer de fígado?

A cirrose e o câncer de fígado são duas condições diferentes, embora tenham uma relação direta. Conforme você viu, a cirrose decorre do processo de cicatrização das lesões hepáticas, mas é um problema que afeta somente o fígado e não tem o potencial de se espalhar pelo organismo. 

O câncer de fígado é uma doença maligna, ou seja, ele tem um alto potencial de risco para a saúde e a vida da pessoa, já que pode se espalhar para outros órgãos. Em algumas situações, isso acontece muito rápido e de uma forma agressiva.

Outra diferença é que a cirrose se desenvolve de forma lenta com o passar dos anos e somente em função das lesões hepáticas. O câncer, por sua vez, pode se manifestar e evoluir muito rápido.

Qual é a relação entre a cirrose e o câncer de fígado?

A cirrose por si só é um problema que gera muita preocupação por causa do seu potencial de levar à insuficiência hepática. Mas, como explicamos, isso ocorre de forma lenta e gradativa, em especial quando não é tomada nenhuma atitude para desacelerar a formação do tecido fibrosado.

Além da possibilidade de comprometer o funcionamento do fígado, a cirrose ainda favorece a formação do câncer hepático. Isso acontece por causa das alterações celulares que a cirrose provoca.

Sendo assim, quem tem essa condição clínica apresenta um risco maior de desenvolver o câncer de fígado. Inclusive, a maioria das pessoas que desenvolvem essa doença maligna já apresenta evidências de cirrose. 

A cirrose tem tratamento?

Ainda não existe um tratamento que permita reverter os quadros de cirrose. Não é possível fazer com que o tecido fibrosado volte a ser um tecido saudável para funcionar normalmente como antes. Embora a cirrose não possa ser curada, existem meios de controlar o problema e evitar que novas cicatrizes sejam formadas no fígado, preservando a sua capacidade funcional restante.

Para isso é preciso investigar aquilo que está provocando a cirrose e eliminar esse fator. Ela pode ser provocada, por exemplo, por:

  • Quadros de hepatite;
  • Ingestão excessiva de bebidas alcoólicas;
  • Obesidade;
  • Diabetes;
  • Doenças metabólicas; entre outros.

Assim, a mudança de hábitos e o tratamento adequado das doenças de base contribuem para o controle desse problema. Dependendo das condições do paciente, existe, desde que ele preencha os critérios exigidos, a possibilidade de fazer um transplante de fígado para que ele tenha um órgão saudável e livre de cicatrizes.

A cirrose e o câncer de fígado não são a mesma coisa, embora tenham uma relação direta. Embora a cirrose não seja uma doença maligna, ela causa muitos prejuízos para o fígado. Portanto, também precisa ser prevenida, inclusive para evitar o câncer.

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Dr Eduardo Pacheco
Dr. Eduardo Pacheco
CRM 85944 | RQE 104591 - Cirurgia Geral | RQE 63154  - Cirurgia do Aparelho Digestivo
Sou graduado em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC), especialista em Cirurgia Geral pelo CBC (RQE 104591) e em Cirurgia do Aparelho Digestivo e Oncologia Digestiva pelo CBCD (RQE 63154). 

Tenho mestrado e doutorado em Cirurgia do Aparelho Digestivo pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP.

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