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Queimação constante no estômago pode resultar em Câncer?

Sumário

Nem sempre a queimação constante pode favorecer o desenvolvimento do câncer. Contudo, existem casos em que há esse risco de alteração das células, levando à manifestação de malignidade nos tecidos lesionados, como acontece na gastrite atrófica e no esôfago de Barret.

O câncer se desenvolve a partir de mutações que as células de um determinado órgão ou tecido sofrem. Em decorrência dessas mudanças, elas começam a se proliferar de forma desordenada e excessiva e se formam tumores ou lesões malignas.

Existem diversos fatores que podem favorecer essas mutações celulares. Em alguns casos, eles estão no ambiente, em outros, podem ser uma condição do próprio organismo da pessoa, como as alterações no sistema digestivo que provocam a queimação constante.

Neste conteúdo você vai entender qual é a relação desse sintoma com a possível ocorrência de câncer. Continue lendo e descubra em quais situações existe o risco de ocorrer malignidade.

O que é a queimação constante no estômago?

A sensação de queimação acontece quando, por algum motivo, o estômago fica mais sensível aos ácidos que ele mesmo produz para digerir os alimentos. Esse quadro acontece, por exemplo, nas gastrites.

Ela é uma inflamação que acomete a mucosa do estômago causando lesões e, dessa forma, eliminando a camada de proteção estomacal. Por isso a sensação de queimação, devido à ação dos ácidos nos tecidos mais sensíveis.

Porém, esse sintoma também pode acontecer em função do refluxo gastroesofágico. Nesse caso, o conteúdo estomacal, composto pelos ácidos, alimentos e líquidos ingeridos, retorna pelo esôfago e pode alcançar até mesmo a garganta e a boca.

O refluxo pode ser uma consequência da gastrite, mas também ocorre em função de alterações anatômicas na junção do esôfago com o estômago, por exemplo, em decorrência de uma hérnia de hiato.

A queimação pode provocar câncer?

Antes de tudo, é preciso entender que qualquer pessoa pode ter um quadro de queimação, por exemplo, devido a uma indigestão por causa de uma refeição muito volumosa ou gordurosa. Porém, essas situações são quadros esporádicos e, embora causem um desconforto significativo, não oferecem grande risco para a saúde.

O problema está na recorrência da queimação. Quando ela acontece sempre, é um indicativo de que existe algum problema com o sistema digestivo, como no caso da gastrite e do refluxo que citamos.

Essa recorrência, em alguns casos, pode favorecer a manifestação do câncer porque os ácidos lesionam de forma constante os tecidos mais sensíveis. Isso pode fazer com que as células sofram alterações e mutações que, com o passar do tempo, podem levar à malignidade.

Quais são os casos de queimação com risco de câncer?

Outra informação muito importante que precisamos ressaltar é o fato de que existem diferentes tipos de gastrite. Isso porque o problema pode ser ocasionado por mais de um fator. A inflamação que pode favorecer a manifestação do câncer de estômago é a chamada gastrite atrófica.

Ela é provocada por agressão crônica e também pode ser agravada por uma infecção bacteriana, causada pela bactéria Helicobacter pylori ou H. pylori. Porém, também pode ser decorrente de uma condição do sistema imunológico da pessoa. Ele sofre alteração e começa a alterar as as células estomacais levando a metaplasias com atipias e consequentemente ao câncer (neoplasia maligna).

Já o refluxo gastroesofágico oferece um risco maior de desenvolvimento de câncer no esôfago. Isso acontece porque as lesões constantes provocadas pelos ácidos estomacais alteram as células dessa região e levam a um quadro chamado de esôfago de Barret. Consiste em uma, re-epitelização (troca de células esofágicas por células colunares e metaplasia intestinal)  das células na tentativa de proteger o esôfago contra essas agressões constantes, mas com o passar do tempo pode evoluir para malignidade.

Embora nem sempre a queimação constante possa provocar o câncer, esse quadro precisa ser investigado porque não é normal que esse sintoma aconteça de maneira recorrente. Ainda que não evolua para malignidade, pode provocar outras complicações, daí a importância de realizar o tratamento correto conforme sua causa. 

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Dr Eduardo Pacheco
Dr. Eduardo Pacheco
CRM 85944 | RQE 104591 - Cirurgia Geral | RQE 63154  - Cirurgia do Aparelho Digestivo
Sou graduado em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC), especialista em Cirurgia Geral pelo CBC (RQE 104591) e em Cirurgia do Aparelho Digestivo e Oncologia Digestiva pelo CBCD (RQE 63154). 

Tenho mestrado e doutorado em Cirurgia do Aparelho Digestivo pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP.

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